O câncer de colo de útero pode aparecer quando uma infecção persistente pelo vírus HPV evolui ou quando outros tipos de células cancerígenas aparecem no local (adenocarcinoma).
As mulheres acometidas com câncer de colo de útero devem passar por um tratamento desgastante, que pode envolver radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e alguns tipos de cirurgia. Dentre estas, está a histerectomia por vídeo.
Apesar de este tipo de câncer ser o terceiro mais comum na população feminina brasileira, atrás do câncer de mama, muitas mulheres não sabem sobre a cobertura do plano de saúde nestas situações. Falamos um pouco sobre como ela funciona quanto à histerectomia por vídeo e como funciona a cobertura pelo plano de saúde.
Histerectomia
Retirada
A histerectomia é o procedimento de retirada do útero. A retirada do útero é uma decisão tomada pela equipe médica que pode ser decorrente, não só do câncer de colo do útero, como no tratamento de outras doenças ou alterações: miomas uterinos, endometriose, sangramentos e infecções sem melhora clínica.
Ela pode ser classificada como simples, quando se preserva as estruturas próximas ao órgão (não se remove vagina, linfonodos pélvicos, ovários e trompas de Falópio), ou radical, quando se remove também os tecidos próximos ao órgão e a parte superior da vagina.
Esse procedimento é uma das cirurgias mais comuns feitas em mulheres, perdendo somente para a cesariana. Isso ocorre, porque, segundo pesquisas realizadas, cerca de 30% a 60% das mulheres em idade reprodutiva apresentam miomas uterinos.
Por ser uma cirurgia de risco, a medicina procurou aprimorar as técnicas e as vias de acesso cirúrgico para conferir mais segurança à paciente. Conforme Anatole Borges, médico especialista em reprodução humana, o procedimento pode ser realizado por cirurgia convencional (corte de tipo cesariana), via vaginal ou por videolaparoscopia (histerectomia por vídeo).
Histerectomia por vídeo ou videolaparoscopia
A histerectomia por vídeo será realizada quando a análise do médico acerca da situação de saúde da mulher for favorável. Alguns fatores, como tamanho do útero, quantidade de partos anteriores, experiência do ginecologista e disponibilidade dos materiais cirúrgicos são relevantes para determinar se o procedimento será utilizado.
Quando ele puder ser feito, o médico faz pequenas incisões no abdômen (punções) para alocar os instrumentos cirúrgicos nos locais devidos. O tubo fino que é inserido nos cortes possui uma câmera instalada na ponta que projeta as imagens da cavidade abdominal em uma tela de vídeo. A retirada do útero por videolaparoscopia se dá por meio da vagina ou através da técnica de morcelamento (o útero é fragmentado por um morcelador e retirado através dos cortes feitos no abdômen).
As vantagens da histerectomia por vídeo são: menores riscos de infecções, recuperação e pós-operatório mais rápidos, já que o procedimento é bem menos invasivo do que o método aberto.
Mioma
A histerectomia por vídeo também pode ser recomendada para a remoção de miomas uterinos. Boa parte das histerectomias realizadas no Brasil ocorrem para o tratamento de miomas e pólipos presentes na cavidade intra-uterina.
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Cobertura do plano de saúde
O rol da ANS é a lista de procedimentos de cobertura obrigatória pelo plano de saúde, e a cirurgia para retirada do útero, inclusive a histerectomia por vídeo, consta na lista. Entretanto, o rol não consegue acompanhar a evolução da medicina e de seus procedimentos, motivo pelo qual poderia estar desatualizado e não incluir a histerectomia por vídeo. Entretanto, mesmo que o procedimento não integrasse a lista, o câncer é uma doença de cobertura obrigatória.
E o que isso quer dizer? Que somente o médico é responsável pela definição do tratamento a ser utilizado contra o câncer de colo de útero. Caso ele decida pela histerectomia por vídeo, o plano de saúde não pode interferir em sua decisão.
O único fator que poderia excluir a cobertura deste tipo de cirurgia de retirada do colo do útero é o tipo de plano contratado pelo paciente. Por ser um procedimento invasivo, a ser realizado em ambiente hospitalar com internação, o tipo de plano deve ser hospitalar ou ambulatorial e hospitalar.
Este plano inclui internação e procedimentos realizados durante ela, como a histerectomia por vídeo. Se fosse somente plano ambulatorial, incluiria consultas médicas, exames e procedimentos sem internação, como quimioterapia ou radioterapia feitas em ambulatório.
Considerando que boa parte dos planos são ambulatoriais e hospitalares, bastaria a prescrição médica para que o plano de saúde seja obrigado a cobrir o procedimento.
A paciente que tem prescrição médica para realizar histerectomia por vídeo no tratamento de câncer de colo de útero não precisa se preocupar com a cobertura do plano de saúde, que é obrigatória, desde que possua um plano que inclua assistência hospitalar.
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Advogado inscrito na OAB/SP
Diretor-adjunto da Comissão de Direito Administrativo – OAB/SP
Membro da Comissão de Direito Urbanístico – OAB/SP
Membro do IBRADEMP (2012/2013)
Direito Tributário – Fundação Getúlio Vargas – FGV/SP
Vice-Presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Desapropriados
Master in Business Management – Fundação Getúlio Vargas – FGV/SP
Entrepreneurship Program – Babson College, Boston, Estados Unidos
Escritor no blog Transformação Digital
Vencedor do prêmio ANCEC – Referência Nacional pela Inovação no Atendimento Online e Rápido
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